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UM ESPAÇO ABERTO À CULTURA
Localizado numa zona de invulgar beleza natural, perto de Lisboa mas simultaneamente longe do bulício da grande cidade, o Convento da Arrábida reúne todas as condições para o estudo e reflexão, para o debate de temas e ideias, para a realização, enfim, das mais diversas actividades culturais e científicas.Foi essa, aliás, uma das principais motivações da Fundação Oriente ao adquirir em 1990 o convento ao então proprietário, Manuel de Souza Holstein Beck, conde da Póvoa.Edificado na vertente sul, a meio da encosta da serra da Arrábida, como que metido numa concha, o convento debruça-se sobre o mar, num lugar privilegiado de grande tranquilidade, de contacto com a natureza e de uma excepcional beleza paisagística.Inserido no Parque Natural da Arrábida, conhecido pelas suas raras espécies botânicas, goza de um clima temperado, de características mediterrânicas. Dado o carácter único de testemunho histórico, arquitectónico e paisagístico do convento e da serra da Arrábida, a Fundação Oriente fez questão de conservar os valores existentes, aproveitando e mantendo a atmosfera de recolhimento e de reflexão que foi apanágio dos franciscanos e que o local inequivocamente sugere e proporciona.No projecto de recuperação e adaptação a centro cultural, procurou-se, acima de tudo, manter o espírito do lugar e respeitar a construção existente. Refira-se, a propósito, que o convento, com a respectiva área circundante, foi classificado em 1977 imóvel de interesse público.Nas zonas em que os novos alojamentos programados encontravam áreas adequadas à sua implantação, sem alterar a composição exterior, foi adoptada uma tipologia de quartos com casa de banho privativa e de quartos com antecâmara, conforme o espaço interior disponível. Aproveitaram-se, pois, as chamadas Casa do Conde e Casa das Mesquitas, que se situam a nascente do convento e que foram ampliadas, sendo adaptadas a alojamentos, sala de estar, sala de refeições, cozinha, copa e arrumos. No núcleo central, as construções existentes foram integralmente mantidas e adaptadas a novas funções: recepção, alojamentos e sala polivalente.No núcleo poente, apenas o interior da chamada Casa dos Noivos foi alterado e adaptado a um auditório com capacidade para 60 lugares. Um outro compartimento teve igual transformação, dando lugar a uma sala de reuniões com capacidade para 12 pessoas.Concluídas as obras de adaptação a unidade cultural, o convento passou a dispor de 17 quartos duplos e duas suites, todos com casa de banho privativa, uma sala de refeições com 40 lugares sentados, uma sala de estar e bar, auditório para 60 lugares, uma sala polivalente com capacidade para 70 pessoas e uma sala de reuniões para 12 pessoas. As salas estão dotadas de aparelhagem de som, retroprojector e projector de slides. O convento dispõe ainda de piscina exterior.
QUATRO SÉCULOS DE HISTÓRIA
O Convento da Arrábida, construído no século XVI, abrange ao longo dos seus 25 hectares, o Convento Velho, situado na parte mais elevada da serra, o Convento Novo, localizado a meia encosta, o Jardim e o Santuário do Bom Jesus e ainda, adjacentes ao convento, mas autónomos, os aposentos do duque de Aveiro e as casas onde eram alojados os peregrinos. No alto da serra, as quatro capelas, o conjunto de guaritas de veneração dos mistérios da Paixão de Cristo e algumas celas escavadas nas rochas formam aquilo a que convencionou chamar-se o Convento Velho. O Convento Novo, o edifício principal a meio da encosta, dispõe de 27 celas, igreja, seis capelas, livraria, refeitório, cozinha, torre de relógio, casa de lavagem e vários fontanários. A água das fontes continua a ser captada em minas, segundo o sistema hidráulico implantado pelos franciscanos. O Convento foi fundado em 1542 por Frei Martinho de Santa Maria, franciscano castelhano a quem D. João de Lencastre (1501-1571), primeiro duque de Aveiro, cedeu as terras. Anterior à construção, existia onde é hoje o Convento Velho, a Ermida da Memória, local de grandes romarias, junto da qual, durante dois anos, viveram, em celas escavadas nas rochas, os primeiros quatro religiosos arrábidos: Frei Martinho de Santa Maria, Frei Diogo de Lisboa, Frei Francisco Pedraita e São Pedro de Âlcantara. De arquitectura austera, o convento é praticamente desprovido de ornamentos. No seu interior, destacam-se apenas, de onde em onde, esculturas de santos e Cristos, de terracota e de madeira, colocadas em nichos, os azulejos que ornam as capelas, e ainda os embrechados compostos de pedrinhas misturadas com conchas e cacos de faiança e usados na decoração de fontes, paredes, muros e capelas. Assinalem-se ainda peças escultóricas de cerâmica e de madeira, cantarias e lajedos, tectos pintados e uma talha dourada. D. Jorge de Lencastre, filho do 1º duque de Aveiro, continuou as obras mandando construir uma cerca para vedar a área do convento. Mais tarde, seu primo D. Álvaro, mandou edificar a hospedaria que lhe servia de alojamento e projectou as guaritas, na crista do monte, que ligam o convento ao sopé da montanha, deixando, no entanto, três por acabar. Por sua vez, D. Ana Manique de Lara, viúva do duque de Torres Novas e nora de D. Álvaro, mandou construir duas capelas, enquanto o filho de D. Álvaro, D. António de Lencastre, mandou edificar, em 1650, o Santuário do Bom Jesus. Com a extinção das ordens religiosas em 1834, o convento, as celas e as capelas dispersas pela serrania sofreram várias pilhagens e enormes estragos causados pelo abandono. Em 1863, a Casa de Palmela adquiriu o convento mas as obras só começaram no século seguinte, nas décadas de 40 e 50. Quarenta anos depois, em 1990, o seu então proprietário optou por vender o convento e a área envolvente, num total de 25 hectares, à Fundação Oriente, a única instituição, que, em seu entender, dava garantias de manter os mesmos valores com que, no século XVI, os seus antepassados o entregaram aos arrábidos. O convento está integrado na Rede de Centros Culturais Europeus implantados em locais históricos.
CONTACTOS
Convento da Arrábida
Apartado 28 - 2925 Azeitão
Tel.: (351) 212 197 620 Fax: (351) 212 197 630
As visitas ao convento deverão ser marcadas previamente realizando-se de quarta-feira a domingo, inclusive com uma entrada única às 15:00.